sábado, 23 de maio de 2015

Guia para Street Magic, ou Mágica de Rua

A mágica de rua se tornou popular com os mágicos da TV, como David Blaine e Criss Angel, que desenvolveram os seus estilos e trouxeram uma abordagem moderna para alguns truques de mágica clássicos, bem como algumas ideias refrescantes para a rua. 
Ela tem a vantagem de ser "portátil" na medida em que, normalmente, não exige uma grande quantidade de utensílios pesados, utilizando somente objetos simples, como cartas e moedas, e a habilidade do mágico.
A arte tornou-se global com muitos especiais televisivos, e esta exposição na mídia tem incentivado muitos entusiastas a assumir o street magic como hobby, contribuindo para o crescimento e popularização deste estilo.
Abaixo, segue um guia rápido para quem quer se aventurar na rua: 

Rotina

Esta parte vem antes de tudo. Você, antes de sair para a rua, precisa pensar e ensaiar uma rotina bem feita e fluida. É muito importante ter ideia do que falar (não necessariamente um script decorado) e como encaixar um truque no outro, como peças num quebra-cabeça. É vital para alguns truques e efeitos – se não todos – que você não gagueje e mantenha um fluxo constante.
Além disso, escolha de três a, no máximo, oito efeitos que se encaixem (complementaridade é a palavra-chave aqui), e veja a melhor maneira de colocá-los em uma rotina. Comece com um truque chamativo, que seja divertido, e acabe com um bem forte, que faça os espectadores não esquecerem de você. Assim, terão uma lembrança/momento que ficará na memória.

Certifique-se de que você possa fazer estes efeitos de olhos vendados, sem nem precisar pensar. Eles devem vir naturalmente, ou então ficarão imperfeitos e parecerão esquisitos. 
Mantenha a sua rotina com um tempo entre 5 e 10 minutos, pois este é o ponto da mágica de rua: truques rápidos e chamativos para divertir e deixar uma lembrança nos espectadores. Não é um show de uma hora e meia, e se você tentar segurar a audiência por muito tempo, eles acabarão entediados.

Onde ir

A localização é bem importante também. Tentar se aproximar de alguém, principalmente quando você está sozinho ou a pessoa está sozinha, e em locais que ofereçam pouca segurança (ruas vazias, bairros perigosos etc) vai ser muito mais complicado. A chance de você conseguir um espectador é muito mais baixa do que se fosse a um lugar movimentado e tranquilo, como um parque, uma praça ou feira e se apresentasse lá.
Procure pessoas que não estejam em movimento e que não pareçam estar com pressa. Vá atrás de pessoas que estejam se divertindo, sentados num banco, fazendo piquenique ou coisas do tipo. Outra boa opção é apresentar para os atendentes de lojas pouco movimentadas (se eles estiverem interessados, é claro). 
E, se você estiver gravando, não esqueça de pedir permissão para o uso de imagem dos espectadores.



Aproximação e Introdução

O maior obstáculo para a mágica de rua está na aproximação e introdução. O “estilo David Blaine” provavelmente não vai funcionar, a menos que você tenha uma equipe de filmagem te seguindo. Você deve ser natural, relaxado, solto, aberto. Se você tiver que fingir que está relaxado, faça isso. Atue. Se a sua aproximação for fechada e “travada”, ninguém vai ouvir e te olhar.
Ao mesmo tempo, deve se aproximar respeitosamente, com uma boa e simples frase introdutória (algo como, “Olá, me chamo Fulano e sou mágico. Gostariam de ver algo interessante?” ou “Oi, como vai? Preciso de um voluntário, vocês poderiam me ajudar numa mágica?”) e, em seguida, realizar um efeito de abertura atraente, que chame a atenção dos espectadores.
Este truque deve deixar os espectadores de bocas abertas e, de preferência, contar com um pouco de bom humor, talvez com algumas piadas intercaladas, pois além de fazer os espectadores relaxarem e aceitarem o que está por vir, também acaba os “desarmando” para os próximos efeitos. Se eles estão se divertindo, não vão se preocupar tanto em procurar falhas e estragar o truque.

Estilo

O que você diz e como você age é tão importante quanto seus truques para a criação de um ato memorável. Se você gosta de brincar, tirar sarro de si mesmo e dos membros da audiência – sem ofender ninguém, é claro – terá um estilo. Se prefere agir misterioso e poderoso, fingir que um truque causa grande esforço físico, terá um estilo completamente diferente. Experimente diferentes atuações e jeitos de falar quando você for executar a mágica.
Assistir outros grandes mágicos também ajuda a desenvolver seu próprio estilo (David Blaine, Criss Angel, Cyril etc).

Algumas dicas rápidas:
1.       Os “hecklers”, pessoas que estão atrás de estragar seus truques, podem muitas vezes atrapalhar tanto o mágico como os outros que estão querendo se divertir. Se ele não perceber que está sendo impertinente, ou você o ignora e continua com sua rotina, ou termina no meio e vai embora respeitosamente (quem estava gostando culpará esta pessoa por terminar com o entretenimento);
2.       Efeitos que acontecem nas mãos dos espectadores são sempre mais impactantes;
3.       Certifique-se de que você pense bem em sua gestão de público. Já que são pessoas aleatórias, você não sabe como elas reagirão a determinadas situações. Por isso, é importante que você “leia” o seu público e altere os efeitos em conformidade;
4.       Faça a sua mágica rápida e direta. Quando você executa mágica de rua, o público não está pagando para ver um show, e você está tomando o tempo deles. A não ser que realmente peçam mais, você deve ter uma rotina curta (vide o tópico “Rotina”);
5.       Saiba mágicas que sejam bem visuais: você vai encontrar reações muito melhores. Mágica de rua costuma ser visualmente incrível;
6.       Tente usar objetos comuns ou emprestados, pois a ideia é que você pode realizar mágica com tudo. Não utilize truques que precisem de algo incomum, principalmente pequenas caixas e gimmicks visíveis.

Mágicas e DVDs recomendados:

French Kiss, de Wayne Houchin;
Micro Psychic, de Kreis;
Dresscode, de Calen Morelli;
Prophet, de Tom Isaacson;
ACR (a carta ambiciosa);
How to do Street Magic; de Brad Christian;
Stay Cool, de Tobias Dostal;
Hello My Name Is, de Cameron Francis;
Tarantula, de Yigal Mesika;
Moeda mordida (famosa com David Blaine);
Healed and Sealed 2.0, de Anders Moden;
Pressure, de Daniel Garcia e Dan White;
Irei adicionar mais com o tempo

Vídeos no Youtube
Diversos estilos diferentes, para você explorar o máximo possível:


Troy:

David Blaine:

Cyril Takayama:

Dynamo:


Eric LeCleric:


Philip Blue:

Justin Flom:


Deem mais sugestões nos comentários!

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